domingo, 5 de janeiro de 2014

Mudanças do Século XXI e Antiques

Até os anos de 1980 aproximadamente, ainda havia no Brasil  empresas “familiares” tradicionais e era natural a sucessão por seus descendentes.

Filhos trabalhavam com os pais dando continuidade a empresa da família.  Muitas marcas se tornaram referência nacional.

O mesmo ocorreu no mercado de arte e antiguidade embora empresas de menor porte que detinham o poder e acesso a grandes acervos e coleções acumuladas durante gerações. Os estabelecimentos ofereciam estrutura e credibilidade às famílias ricas e tradicionais brasileiras como Matarazzo, e Penteado em São Paulo e os Guinle e Lages do Rio de Janeiro, citando apenas alguns. 

Com os novos conceitos empresariais e de mercado, com a “avalanche” de exigências de mudanças no estilo de vida, comunicação e globalização as grandes empresas foram atingidas, arrastando neste processo as médias e pequenas empresas e mercados, onde está inserida “Arte e Antiguidades”.

Paralelo a estes movimentos observamos uma “decadência” cultural, baixo nível na educação e ainda um grande incentivo ao consumo por parte dos governos, da mídia e da sociedade emergente de forma geral. Nada contra a evolução de processos, mas não se constrói nada sólido sem alicerce. É básico. Gerações que não buscam cultura e educação  predominantemente “sobrevivem” e terão seu futuro comprometido.

No descompasso dos anos, fecharam estabelecimentos, outros mudaram de direção não houve sucessão e neste momento nos deparamos com uma nova fórmula encontrada pelo Mercado de Arte. Internet.

O mercado de arte e antiguidade incorpora características muito peculiares. 
É extremamente social, de tradição e necessária credibilidade, conquistada pelo contato direto, frequente e estável. É indispensável saber onde está e  quem é o outro. Antiquários e clientes trocam informações, mantém elo amigável, até de fidelidade durante longos anos, em regra geral. 

Sob um ponto de vista mais amplo, o Brasil não é um País que investe em credibilidade. Diáriamente, assistimos órgãos de defesa do consumidor buscando resgatar os “direitos” de compradores. Estados Unidos e Europa, há mais de oitenta anos praticam a venda por catálogos de uma infinidade de produtos. No Brasil a única marca que conquistou o espaço permanente de venda por catálogo foi AVON. Não é para se pensar sobre isto?

Mercado de Arte e Antiguidades envolve valores subjetivos e informação precisa, autenticidade, estado de conservação, origem e principalmente credibilidade. Comprar arte e antiguidade é por tradição uma necessidade  táctil de quem está adquirindo. O aficcionado por objetos de arte, alimenta  uma permanente expectativa da descoberta, do sentimento de posse, do inusitado e da alegria de ter a sua disposição o objeto desejado. É como começar um jardim. Você precisa conhecer o solo, o que plantar, qual o  melhor local e clima, entender suas necessidades, colocar adubo, molhar sempre a assistir sua semente crescer.

O mercado de arte e antiguidade cultiva colecionadores.Ser colecionador é criar seus próprios desafios e cada aquisição é comemorada. É necessário ter um “quê” de “caçador”, de “garimpeiro”.

Embora a Internet  tenha acrescentado uma nova e maior dimensão entre fornecedor e consumidor tem em contrapartida a possibilidade de equívocos principalmente em segmentos que tem como princípio a confiança.

Nossa sugestão é que façamos uma reflexão sobre o tema.

Posted by  Nazira Pires Amado  Em 6.01.2014

Nota: 
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