Até os anos de 1980 aproximadamente,
ainda havia no Brasil empresas
“familiares” tradicionais e era natural a sucessão por seus descendentes.
Filhos trabalhavam com os
pais dando continuidade a empresa da família.
Muitas marcas se tornaram referência nacional.
O mesmo ocorreu no mercado
de arte e antiguidade embora empresas de menor porte que detinham o poder e acesso a grandes acervos e coleções acumuladas durante gerações. Os
estabelecimentos ofereciam estrutura e credibilidade às famílias ricas e
tradicionais brasileiras como Matarazzo, e Penteado em São Paulo e os Guinle e
Lages do Rio de Janeiro, citando apenas alguns.
Com os novos conceitos
empresariais e de mercado, com a “avalanche” de exigências de mudanças no
estilo de vida, comunicação e globalização as grandes empresas foram atingidas,
arrastando neste processo as médias e pequenas empresas e mercados, onde está
inserida “Arte e Antiguidades”.
Paralelo a estes movimentos
observamos uma “decadência” cultural, baixo nível na educação e
ainda um grande incentivo ao consumo por parte dos governos, da mídia e da sociedade emergente de forma geral. Nada contra a evolução de
processos, mas não se constrói nada sólido sem alicerce. É básico. Gerações que não buscam cultura e educação predominantemente “sobrevivem” e terão seu
futuro comprometido.
No descompasso dos anos,
fecharam estabelecimentos, outros mudaram de direção não houve sucessão e neste momento nos deparamos com uma nova fórmula encontrada pelo Mercado
de Arte. Internet.
O mercado de arte e
antiguidade incorpora características muito peculiares.
É extremamente social, de
tradição e necessária credibilidade, conquistada pelo contato direto, frequente
e estável. É indispensável saber onde está e
quem é o outro. Antiquários e clientes trocam informações, mantém elo
amigável, até de fidelidade durante longos anos, em regra geral.
Sob um ponto de vista mais
amplo, o Brasil não é um País que investe em credibilidade. Diáriamente,
assistimos órgãos de defesa do consumidor buscando resgatar os “direitos” de
compradores. Estados Unidos e Europa, há mais de oitenta anos praticam a venda por catálogos de uma
infinidade de produtos. No Brasil a
única marca que conquistou o espaço permanente de venda por catálogo foi AVON. Não é para
se pensar sobre isto?
Mercado de Arte e
Antiguidades envolve valores subjetivos e informação precisa, autenticidade,
estado de conservação, origem e principalmente credibilidade. Comprar arte e
antiguidade é por tradição uma necessidade
táctil de quem está adquirindo. O aficcionado por objetos de arte,
alimenta uma permanente expectativa da
descoberta, do sentimento de posse, do inusitado e da alegria de ter a sua
disposição o objeto desejado. É como começar um jardim. Você precisa conhecer o
solo, o que plantar, qual o melhor local
e clima, entender suas necessidades, colocar adubo, molhar sempre a assistir sua semente crescer.
O mercado de arte e
antiguidade cultiva colecionadores.Ser colecionador é criar seus próprios
desafios e cada aquisição é comemorada. É necessário ter um “quê” de “caçador”, de “garimpeiro”.
Embora a Internet tenha acrescentado uma nova e maior dimensão
entre fornecedor e consumidor tem em contrapartida a possibilidade de equívocos
principalmente em segmentos que tem como princípio a confiança.
Nossa sugestão é que façamos uma reflexão sobre o tema.
Posted by Nazira Pires Amado Em 6.01.2014
Nota:
Os Blogs antiques-design possuem focos específicos e se
complementam.Se aprecia nossas publicações visite os demais Blogs e nosso Canal
no Google.
Nenhum comentário:
Postar um comentário